É preciso estar prevenido para evitar acidentes com escorpiões que procuram abrigo em residências para escapar das inundações no ambiente subterrâneo
O fluxo de água no habitat natural pode fazer com que venham à superfície por meio de redes de esgoto e luz, o que possibilita o contato com as pessoas e o risco de acidentes.
“Eles costumam procurar abrigos escuros e úmidos e assim podem acabar em locais indevidos, como sapatos, roupas e frestas de sofá”, detalha o biólogo Israel Martins, da Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde – coordenação responsável pela inspeção em residências e captura dos aracnídeos.
Outro fator que provoca a evasão dos bichos para a superfície é o uso de inseticida, arma letal para o alimento dos escorpiões: as baratas. “Eles dificilmente morrem com a aplicação, mas se distanciam do local porque é irritante para eles”, explica Martins.
No DF, a espécie mais comum é a Tityus serrulatus, conhecida como escorpião-amarelo. Na área rural, há a incidência da Tityus fasciolatus, de patas rajadas, e do preto, Bothriurus araguayae.
Barreiras físicas são a principal medida preventiva
Quando recebem um chamado, as equipes tentam identificar as passagens usadas pelos animais e quais medidas preventivas podem ser tomadas para combater e evitar acidentes.
A principal estratégia, de acordo com o biólogo, é aumentar as barreiras físicas. “Colocar telas em janelas, tapar ralos e tomadas, e ficar atento a frestas e a acumulo de materiais de construção e outros entulhos”, orienta.
Quando a equipe captura o bicho peçonhento vivo, encaminha-o para o Instituto Butantan, em São Paulo, onde o veneno é removido e transformado em soro. Os exemplares que morrem antes desse processo são incinerados.
Ambientes com pessoas vulneráveis, como escolas, creches, hospitais e casas de repouso para idosos, são vistoriados frequentemente. “Crianças são mais suscetíveis por causa da relação entre o peso do corpo e a potência do veneno”, acrescenta.
O trabalho dos servidores também consiste em identificar a presença de vetores e outros elementos que possam transmitir doenças, como roedores e o mosquito Aedes aegypti.
Atendimento deve ser urgente em caso de picadas
De acordo levantamento da Secretaria de Saúde, 633 pessoas procuraram atendimento médico em Brasília devido a acidentes com escorpiões. Durante todo o ano de 2018, a rede pública recebeu 925 notificações de picada do bicho, contra 562 no anterior.
Quem encontrar algum animal peçonhento deverá entrar em contato com a Vigilância Ambiental pelo número da Ouvidoria da Saúde: 160
Caso uma pessoa seja picada, o socorro deve ser no máximo em uma hora. É comum sentir dor e formigamento no local da ferida.
O paciente deverá procurar atendimento emergencial em clínica médica nos hospitais da rede pública. No DF, somente o Hospital de Base não está apto a receber vítimas de picada de escorpião.
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